Programar computadores pode ser uma tarefa complexa. Podemos, no entanto, torná-la muito mais simples se o fizermos com método. Por exemplo, podemos dividir, sistematicamente, o problema que temos para resolver em subproblemas mais pequenos, até obtermos um conjunto de subproblemas de dimensão suficientemente pequena que nos permita resolve-los. Ao longo desta sebenta utilizaremos esta técnica.
Em primeiro lugar é importante separar a fase de resolução do problema, da fase de implementação da solução. Na fase da resolução do problema estamos preocupados em obter uma sequência de acções que descrevam a solução para um dado problema. É a esta sequência que chamamos Algoritmo. Embora possa não conhecer o termo, o conceito de Algoritmo deve ser-lhe familiar. As indicações dadas a alguém descrevendo como ir para uma dada rua, são um algoritmo para encontrar essa rua. Uma receita culinária é também um algoritmo, descreve a sequência de passos necessária para obter um dado cozinhado.
Os computadores fazem o que nós lhes dizemos para fazer e não necessariamente o que nós pretendemos que eles façam. Assim, não pode haver ambiguidade nas instruções que damos ao computador nos nossos programas. Embora uma frase como ``calcular a média das notas obtidas num teste'' pareça clara, é, na verdade, muito imprecisa. Muitos detalhes não são especificados: onde estão as notas, quantas são, devem os alunos que faltaram ser incluidos na média, etc. Deste modo, os passos de um algoritmo devem ser simples e não ambiguos, sendo levedos a cabo numa ordem pré-definida. Quereremos também que os algoritmos sejam eficazes; ou seja, devem sempre resolver o problema num número finito de passos.
Temos, agora, o problema de saber como escrever os nossos algoritmos. Tendo em atenção as exigências de rigor e simplicidade referidas anteriormente, torna-se evidente que o português (ou qualquer outra linguagem humana) não é uma linguagem muito apropriada. Para descrever a tarefa simples de calcular a média de um teste teriamos que escrever qualquer coisa do género:
Ler a dez notas de um teste, uma a uma; calcular a soma das dez notas lidas anteriormente; calcular a divisão do resultado da soma anterior por dez; apresentar o resultado da divisão efectuada.E, mesmo assim, falta saber onde ler as notas, a quem apresentar o resultado, se a divisão a efectuar é inteira ou real, etc. Esta solução é claramente insatisfatória. Torna-se então necessário desenvolver uma linguagem para a escrita dos algoritmos.