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A Administração Fiscal quer investigar todos os contribuintes com Contas Poupança Habitação que movimentam o seu saldo sem utilizarem cheques ou uma ordem de pagamento específica, revela hoje o "Semanário Económico".

As Finanças querem obrigar os contribuintes a autorizarem o acesso às suas contas bancária

Todos temos uma espécie de sexto sentido, que nos permite distinguir o dia da noite. Um estudo com ratinhos permitiu concluir que uma proteína denominada melanopsina é essencial para a detecção da luz no olho. Este foto-receptor regula o nosso relógio biológico, sincronizando o nosso comportamento em ciclos de 24 horas.

proteína melanopsina

Já lá estavam Raúl, Zidane, Figo, Roberto Carlos e Ronaldo. A partir de agora, a constelação de estrelas do Real Madrid conta com mais uma, David Beckham, recrutado ao Manchester United por 35 milhões de euros, que foi ontem apresentado como jogador dos campeões espanhóis para as próximas quatro temporadas.

mais uma Estrela para a Constelação do Real Madrid

Nacional

Sampaio Tem Um "Olhar Crítico" Sobre Constituição Europeia

O Presidente da República, Jorge Sampaio, manifestou ontem, em Bratislava, sérias reservas em relação à arquitectura institucional proposta no projecto de Constituição europeia recentemente apresentado em Salónica, na Grécia. Salvaguardando que, no referido projecto, "estão consagrados alguns progressos fundamentais que tornarão possível mudar o curso da construção europeia e obter mais e melhor Europa", Jorge Sampaio diz, porém, que mantém "um olhar crítico" sobre a modelo institucional proposto, designadamente no que diz respeito "ao princípio da igualdade entre os Estados".

Relançar a Economia Através do Banco Europeu de Investimentos

Apesar do "olhar crítico" sobre o projecto saído da Convenção sobre o Futuro da Europa, o Presidente da República disse acreditar que a proposta de Constituição existente proporciona um quadro suficiente para cumprir quatro metas que julga essenciais para a sustentação do projecto europeu: "Consolidar o espaço de segurança na Europa; preservar a coesão territorial, social e económica da UE, bem como salvaguardar o modelo social europeu; e reforçar o papel da Europa no mundo."

Falando numa conferência promovida pela Fundação Eslovaca de Política Externa, o Presidente da República considerou que a questão da igualdade entre os Estados membros da União Europeia (UE) é precisamente "uma premissa de viabilidade da UE e um factor determinante da sua vitalidade política". E Sampaio tem dúvidas sobre se o modelo proposto no projecto constitucional "configura um sistema suficientemente sólido e equilibrado, por forma a impossibilitar discriminações e desigualdades de princípio".

Quanto àquilo que designou como "a margem de manobra disponível" para dar resposta a estas questões, o Presidente da República considera que o caminho será mais pela forma como se irá proceder à aplicação desses futuros preceitos constitucionais e no plano humano - "a escolha de personalidades que desempenharão as futuras missões europeias" - do que ao nível do texto fundador. Por conseguinte, remata Sampaio, caberá à CIG consolidar o projecto de Constituição europeia, aperfeiçoando os aspectos menos conseguidos, definindo mais claramente outros pontos menos trabalhados e repensando algumas disposições mais polémicas. "Mas não creio que seja politicamente desejável reabrir negociações susceptíveis de fazer tábua rasa do debate já travado no seio da convenção, nem alterar fundamentalmente os equilíbrios encontrados", acentuou Jorge Sampaio.

Para mais informações é possível consultar a página que apresenta a política do Banco Europeu de Investimento: www.eib.org

Lei-quadro dos Municípios Votada Hoje

A alteração à lei-quadro que regula a criação de municípios vai ser votada hoje, mas as freguesias de Canas de Senhorim e Fátima só terão o estatuto de concelhos a partir de Janeiro. A decisão de votar a lei-quadro ainda nesta sessão legislativa partiu do PSD, que decidiu ontem introduzir o projecto de lei na lista das votações a realizar hoje, num gesto que mereceu críticas do PS. "Uma vez que a lei não foi votada ontem, quando se votou a elevação dos municípios, sempre pensámos que o seria na próxima sessão legislativa ", declarou o deputado António Galamba, do PS. Apesar do PS, tal como o PCP, já ter anunciado o voto contra a alteração da lei-quadro que regula a criação de municípios, é certo que a proposta do PSD será viabilizada, dado serem apenas necessários os votos favoráveis da maioria parlamentar (PSD e CDS- PP). Com a aprovação da lei-quadro, as freguesias de Canas de Senhorim e Fátima (cujas elevações a concelho foram aprovadas de acordo com os requisitos da futura nova lei) poderão ter o estatuto de municípios já a partir de Janeiro.

"Antes, não é possível devido ao facto de estarem já estipuladas as verbas para cada concelho", explicou o deputado do PS à agência Lusa. Após a sua aprovação, a lei segue para o Palácio de Belém, para ser apreciada pelo Presidente da República. Na declaração de voto entregue anteontem, o líder parlamentar do PS, António Costa, diz que a aprovação de novos concelhos antes da promulgação da lei-quadro é uma pressão sobre o Presidente.

Economia

Fisco investiga contas poupança habitação

04-07-2003 - 08h14

A administração fiscal vai começar a investigar movimentos bancários que envolvem transferências de contas poupança habitação para depósitos à ordem. A ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, admitiu ontem em Santa Maria da Feira que o fisco terá constatado a existência de movimentações indevidas de saldos dessas contas que usufruem de benefícios fiscais e que só podem ser utilizados para determinados fins, como por exemplo à amortização de empréstimos para a compra de casa ou realização de obras. Para concretizar este "controlo", o ministério das Finanças admite recorrer ao levantamento do sigilo bancário, como já acontece noutras situação desde o ano de 2001.

Manuela Ferreira Leite reconhece que não é exequível fiscalizar todas as contas poupança habitação, sendo que o que está em causa, como avançou o "Semanário Económico" na sua edição de ontem, é a eventualidade de os valores não serem usados para os fins definidos, uma vez que assim que entram nas contas à ordem, é impossível determinar a sua aplicação. No futuro, a administração fiscal quer que os bancos sejam obrigados a pedir aos seus clientes o preenchimento de um cheque ou de uma ordem de pagamento específica antes de autorizarem qualquer movimento a partir de uma poupança habitação.

Como o Ministério das Finanças não consegue colocar um fiscal atrás de cada contribuinte, como brincou a ministra, a administração não vai investigar todas as contas poupança habitação, mas apenas aquelas que terão sido alvo de movimento. A ministra prometeu ontem um reforço na fiscalização através do tratamento informático, "copiando" o modelo espanho, que considerou muito eficaz. "Até ao final deste ano estarão concluídos todos os programas informáticos que permitem fazer o cruzamento de diversas informações", revelou, acrescentando que nesta matéria não houve limitação de despesas.

Sonae Diz Que Vai Exercer Opção de Compra na Gescartão

A Sonae comunicou ao ministro da Economia que pretende exercer o direito de compra das acções da Gescartão, ainda propriedade do Estado e objecto de uma oferta pública de venda (OPV), a decorrer até ao próximo dia 14 de Julho. A iniciativa da Sonae não deverá implicar qualquer alteração no percurso da operação da OPV, mas poderá dar argumentos para que o grupo de Belmiro de Azevedo venha a pedir uma indemnização ao Estado português.

Neste momento, a Gescartão é controlada em 65 por cento pela Imocapital, detida em partes iguais pela Sonae e pelos espanhóis da Europac.

A comunicação do grupo Sonae foi feita por carta, que terá sido recebida ontem no Ministério da Economia. O PÚBLICO tentou, sem sucesso, obter uma reacção do gabinete de Carlos Tavares sobre esta missiva. Entretanto, citando uma fonte oficial do Ministério da Economia, o site "negócios.pt" referia que, "se tal for verdade, a única coisa que há para dizer é que a OPV está em curso e seguirá o seu curso normal".

O Estado decidiu avançar com o OPV da Gescartão e a operação foi registada pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, que dessa forma considerou que não se colocava a opção de compra reclamada pela Imocapital.

Aparentemente, esta iniciativa da Sonae não deverá travar a OPV, porque o próprio Código dos Valores Mobiliários salvaguarda essa situação, mas pode afastar eventuais interessado na colocação de acções. A procura de títulos na primeira semana da OPV ascendeu a 855 mil, o que representa 12,2 por cento dos papéis disponíveis, sendo que estas ainda não são ordens definitivas. Ontem, fonte do Ministério das Finanças, citada pela Lusa, referia que "este número é muito promissor para o sucesso da operação".

Subsecção Fiscalidade

Ferreira Leite Ameaça Fiscalizar Empresas Que Não Paguem Imposto Especial por Conta

A ministra de Estado e das Finanças, Manuela Ferreira Leite, garantiu ontem que não vai desistir da aplicação do Pagamento Especial por Conta (PEC) de IRC e ameaçou que as empresas que se recusarem a pagar estarão sujeitas a fiscalização da administração tributária e ao levantamento do sigilo bancário. Ontem, num encontro com empresários em Santa Maria da Feira, quando se esperava que Ferreira Leite transmitisse uma mensagem de compreensão pelas dificuldades das empresas na actual conjuntura, a ministra deixou bem claro que o Governo não vai desviar-se dos objectivos de combate à fraude e à evasão fiscais - de que o PEC é um instrumento - para poder concretizar, já no próximo ano, a sua promessa de choque fiscal.

Os mais de mil empresários que ontem assistiram ao encontro com o Governo promovido pela Associação Empresarial de Portugal (AEP) no Europarque, esperavam ansiosamente o período de debate para "bombardearem" a ministra das Finanças com as suas preocupações quanto à oportunidade do pagamento do PEC. Ferreira Leite admitiu que a medida "possa causar dificuldades" e seja "um bocadinho antipática para muitos empresários", mas depois de várias intervenções que classificaram o PEC como "inoportuno", "iníquo", "injusto" e "pouco transparente", a ministra revelou o seu lado mais pragmático e garantiu, de forma veemente, que sempre que as empresas invoquem impossibilidades de fazer o pagamento, accionará a fiscalização e levantará o sigilo bancário.

A dureza das palavras da ministra foi interpretada como uma ameaça pelos empresários, quebrando o ambiente de diálogo e empatia que se pretendia ter estabelecido com o debate - cujo tema era precisamente a "Confiança nos empresários e na economia portuguesa". Manuela Ferreira Leite apercebeu-se da reacção da sala e tentou contrariar o efeito da "ameaça", ao frisar que "é exactamente para que a medida não seja cega" que vai solicitar a fiscalização, assegurando mesmo que as empresas que provarem, "com a sua escrita e o levantamento do sigilo bancário, que conseguem sobreviver anos seguidos com prejuízos", ficarão isentas do pagamento do PEC. Apesar da persistência na manutenção do PEC, Manuela Ferreira Leite mostrou alguma abertura para introduzir "correcções e ajustamentos" à fórmula final a fixar pelo Governo, sem nunca precisar que tipo de alterações poderão ser essas.

Quer a ministra das Finanças, quer depois o primeiro-ministro, esforçaram-se por enquadrar o PEC num objectivo mais vasto da política fiscal: o combate à fuga ao fisco e a "harmonização" do pagamento de impostos por todos os contribuintes. "Não podemos aceitar que só um mínimo de empresas pague IRC: só quando todos pagarem é que o Governo pode baixar os impostos", declarou Ferreira Leite, recordando que o total da receita de IRC arrecadada pelo Estado é paga por apenas 13 por cento das cerca de 270 mil empresas existentes no país. Mas também colocaram a questão em termos de concorrência entre os empresários, salientando que é do seu próprio interesse que as empresas que não cumprem desapareçam do mercado.

Na sua intervenção, Durão Barroso quis mesmo estabelecer uma espécie de compromisso com os empresários, ao reforçar que a grande aposta do executivo é reduzir os impostos - o que espera fazer progressivamente a partir do próximo ano -, desde que se consiga controlar a evasão fiscal. "Já a partir do próximo ano, queremos reduzir o IRC, mas para todos pagarem menos, todos têm de pagar", declarou.

O discurso de Durão Barroso fechou o encontro com os empresários, que "escapou" às muitas perguntas que os empresários levavam para o Governo, muitas das quais ficaram por fazer, revelando uma ânsia do sector empresarial em debater questões concretas da política económica com a equipa governativa

Sociedade

Médicos Preenchem Mal

Meio ano após a entrada em vigor do novo modelo de receitas médicas, as vozes que reclamam a sua simplificação continuam a fazer-se ouvir, os exigentes pressupostos não são cumpridos na sua totalidade e uma parte significativa dos clínicos ainda vê com reservas a substituição dos medicamentos prescritos por genéricos. Prova disso são os resultados do único estudo até à data realizado sobre esta matéria que indicam que, numa parte considerável das receitas analisadas (51,9 por cento) os médicos não autorizaram a substituição por genéricos. Ainda assim, as vendas destes medicamentos cuja patente expirou estão a aumentar exponencialmente (ver tabelas). Trata-se de um estudo ilustrativo levado a cabo pelo Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) a pedido do Ministério da Saúde na tentativa de fazer uma avaliação prévia desta medida tão contestada. Foram analisadas 4430 receitas oriundas de cinco subregiões de saúde (Viana do Castelo, Évora, Castelo Branco, Beja e Faro) correspondentes a 12 por cento do total do seu receituário em Março último.

Um projecto que não está para já nos planos dos responsáveis do Ministério da Saúde, segundo adiantaram ao PÚBLICO. Mas também há boas notícias para os médico: desde o mês passado, as vendas de livros de receitas deixaram de estar racionadas, fenómeno que causou uma grande confusão sobretudo na região Norte, e onde a aquisição ficou facilitada com a colocação dos impressos nas sedes dos centros de saúde. Leg: A prescrição de genéricos em Portugal aumentou no ano passado mais de 400 por cento

Nações Unidas Aprovam Novos Regras Sobre OGM

Quinta-feira, 03 de Julho de 2003

O organismo das Nações Unidas que estabelece as normas sobre os alimentos aprovou novas regras para avaliar a segurança oferecida pelos produtos da indústria de biotecnologia. A Comissão Alimentar Codex, um órgão conjunto da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização para a Agricultura e Alimentação (FAO), está reunida esta semana em Roma. Os três documentos aprovados estabelecem normas para se fazer a análise de risco dos alimentos transgénicos e prevê também acções para aumentar o conhecimento do público sobre esta matéria, disse Jorgen Schlundt, director do departamento de segurança alimentar da OMS, citado pela AFP.

As regras também dizem respeito ao uso de micro-organismos geneticamente modificados em alimentos e bebidas. Estabelece procedimentos para determinar de um determinado transgénico tem novas toxinas ou substâncias alergizantes. Não foram ainda divulgados mais detalhes sobre estas normas. Associações de consumidores aplaudiram a aprovação das novas regras. "São uma tremenda vitória para os consumidores, a ciência, a regulação do mercado e o senso comum", disse Julian Edwards, director da Consumers International, que agrega mais de 250 organizações.

Concedidas Menos Autorizações de Residência a Estrangeiros em 2002

O número de autorizações de residência concedidas pelo Estado português em 2002 decresceu relativamente a 2001. De acordo com um relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgado ontem, em 2002 obtiveram este título 14.770 imigrantes, um valor inferior em 1,3 por cento comparativamente com 2001.

É, no entanto, necessário distinguir aquilo que foi a evolução das autorizações de residência (título com validade de cinco anos, concedido mediante condições restritas) e a evolução das autorizações de permanência (documento válido por um ano, prorrogável por iguais períodos, concedido aos imigrantes que apresentem um contrato de trabalho válido).

A ressalva é importante, uma vez que, neste mesmo período, as autorizações de permanência dispararam (184 mil entre 2001 e 2002) devido à abertura de um processo de regularização extraordinária. Pelo que, apesar do abrandamento das concessões de residência, Portugal deparou-se, entre 2001 e 2002, com um crescimento exponencial do número de estrangeiros legalizados.

A estatística do INE deve, por isso, ser analisada à luz das alterações legislativas entretanto ocorridas, e que procuraram cativar os imigrantes que pudessem vir trabalhar para o país por períodos curtos de tempo, por forma a colmatar as necessidades de mão-de-obra conjunturais, nomeadamente no sector da construção civil.

É por este motivo que, na estatística do INE, a Ucrânia (país de origem da imigração portuguesa mais recente) não aparece entre os cinco países com mais autorizações de residência, mantendo-se os países portugueses de língua portuguesa à frente da tabela (Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau), bem como o Brasil, e na Europa, o Reino Unido, a Espanha e a Alemanha.

Predominância masculina

É curioso também constatar que, ao contrário do que sucede com as autorizações de permanência, normalmente atribuídas a imigrantes destinados ao mercado das obras públicas e serviços, em 2002, "é de salientar que o volume mais elevado (22,5 sobre população activa) foi registado, pela primeira vez, no grupo dos especialistas das profissões intelectuais e científicas, maioritariamente nacionais de outros países da União Europeia".

No que respeita à distribuição por sexos da população legalmente residente em 2002, o INE verificou uma ligeira predominância dos estrangeiros do sexo masculino (132.738, 55,6 por cento) relativamente aos do sexo feminino (106.008, 44,4 por cento), uma disparidade que se tem vindo a atenuar (em 1994, eram de 58,6 e 41,4 por cento).

Quanto às idades dos requerentes da autorização de residência, o estudo revela que a maior parte (50,6 por cento) tem entre os 15 e os 39 anos, seguindo-se o grupo com idades compreendidas entre os zero e os 14 anos

As autorizações de permanência também diminuíram em 2002 (47.657 regularizações) comparativamente com 2001 (126.900), evolução decorrente do fim do período de legalização extraordinário, entre Janeiro e Dezembro de 2001, não deixando, contudo, de representar um número elevado relativamente a outros anos. Destacaram-se, o ano passado, a Ucrânia (16.523 autorizações), a Moldávia (3080), a Roménia (2866) e a Rússia (1534).

Ciências

Portuguesa Participa em Investigação Sobre Proteína Que nos Diz Se É Dia Ou Noite

Todos temos uma espécie de sexto sentido, que nos permite distinguir o dia da noite. Um estudo com ratinhos permitiu concluir que uma proteína denominada melanopsina é essencial para a detecção da luz no olho. Este foto-receptor regula o nosso relógio biológico, sincronizando o nosso comportamento em ciclos de 24 horas. O estudo foi publicado na edição "on-line" da revista "Science" e, entre os autores, está uma investigadora portuguesa. Todos temos um relógio biológico que nos habitua a uma determinada rotina, como por exemplo acordar muito cedo, mesmo que na noite anterior tenhamos previsto dormir a manhã toda. A melanopsina, que permite ao olho distinguir a claridade do dia da escuridão da noite, desempenha um papel fundamental. "Este trabalho foi como descobrir o sexto sentido que permite às pessoas cegas distinguirem o dia da noite e regularem, de forma conveniente, o seu relógio biológico", explicou Susana Pires.

Esta investigação abre caminho a novas possibilidades de tratamento de pessoas que têm distúrbios de sono quando, por exemplo, trabalham por turnos ou fazem uma viagem longa, em que o fuso horário é muito diferente do do país de origem. O objectivo é procurar desenvolver novos medicamentos que regulem o relógio biológico, tanto das pessoas como de outros mamíferos. "Por exemplo, os pandas, quando vão para os jardins zoológicos, estão habituados a ciclos do dia diferentes. Um medicamento poderia ajudá-los a não estranharem tanto o facto de estarem fora do habitat natural", explica Susana Pires. A investigação em farmacologia é a área em que esta especialista em biotecnologia deseja apostar. Quando acabar o estágio, no final do ano, vai voltar para Portugal para fazer um doutoramento em Ciências da Saúde. Apesar de haver a possibilidade de ficar a trabalhar no instituto, Susana Pires prefere regressar ao seu país. "Vai ser difícil, porque faltam empresas em Portugal que façam investigação em medicamentos e que permitam aplicar os conhecimentos adquiridos lá fora", revelou. Mesmo assim, esta jovem investigadora está disposta a arriscar.

Cientistas Propõem Sequenciação de Vírus do Sangue

Um grupo de cientistas reuniu-se para formar uma base de dados genética de vírus encontrados no sangue humano. O projecto, a que já chamam Viroma Humano, tem como base um programa de varrimento de análises de sangue, que, de forma rotineira, procurará vírus. Tudo para que situações como as da pneumonia atípica possam ser evitadas e para que todos os vírus que nos infectam sejam conhecidos. A ideia de construir esta base de dados foi apresentada pela revista "Emerging Infectious Diseases", do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. O facto é que a ameaça de vírus desconhecidos ou que se propagam fora do seu habitat normal é maior que nunca.

Um dos problemas é que nem todos os vírus têm ADN, o que torna o projecto algo diferente do da sequenciação do genoma humano. Muitos vírus são constituídos por uma molécula gémea, o ARN, que tem de ser reconvertido em ADN, o que nem sempre é fácil. Mas, por outro lado, os vírus têm pouco material genético, o que torna a sua sequenciação mais simples. No fundo, apesar de se reconhecer esta ideia como inovadora, uma equipa da Universidade Estadual de São Diego, na Califórnia, EUA, está há já algum tempo a construir um projecto parecido com este. Trata-se de uma base de dados genética dos vírus e micro-organismos que vivem em ambiente marinho, muitos deles desconhecidos para a ciência.

Desporto

Beckham Entrou na Constelação Real

Quinta-feira, 03 de Julho de 2003

Já lá estavam Raúl, Zidane, Figo, Roberto Carlos e Ronaldo. A partir de agora, a constelação de estrelas do Real Madrid conta com mais uma, David Beckham, recrutado ao Manchester United por 35 milhões de euros, que foi ontem apresentado como jogador dos campeões espanhóis para as próximas quatro temporadas. Perante uma multidão de mais de 500 jornalistas de 25 países, Beckham recebeu das mãos de Alfredo Di Stefano a camisola 23 com o seu nome, que imediatamente começou a vender-se na loja oficial do clube. Uma hora depois da sua apresentação, já 250 camisolas tinham sido vendidas, a um preço unitário de 78 euros.

Em relação a Figo, Beckham quis deixar bem claro que a sua chegada ao Santiago Bernabéu não vai tirar o lugar ao internacional português e que ambos são compatíveis no mesmo "onze". "Todos diziam que eu ia tirar o lugar a Figo. Nem pensar nisso. É um dos melhores jogadores do mundo e vai ser uma honra jogar ao seu lado", observou o médio inglês. No Porto, Figo também deu a entender que a compatibilidade em campo é possível: "É mais uma contratação que vem tornar o Real de Madrid mais forte. É bem vindo e espero que seja feliz. A compatibilidade entre nós existirá se todos lutarmos pelo mesmo objectivo. O importante são os objectivos conjuntos". Em Madrid, Beckham vai trabalhar com Carlos Queiroz, depois de ter passado uma época com o treinador português no Manchester United: "Na verdade, fiquei um pouco surpreendido ao saber que o Carlos vinha para Madrid. Também é um desafio para ele e uma ajuda para mim, que ainda não sei falar espanhol. Vai ser bom tê-lo ao meu lado nos primeiros momentos. No Manchester fez um grande trabalho no aspecto defensivo, mas também em outros aspectos do jogo. Nesta equipa, com tantos jogadores bons, estou certo que se vai sair muito bem."

Beckham jogará com Zidane, Figo, Ronaldo e Raul

Viagem meteórica a Madrid

Pouco depois da apresentação, já Beckham estava num dos relvados da Cidade Desportiva. a dar uns toques na bola, para delícia dos muitos adeptos madridistas que estavam nas bancadas. Durante a exibição, uma criança furou a segurança e correu em direcção a Beckham, que o abraçou e lhe ofereceu uma camisola. "Pedi-lhe uma camisola, penso que ele me disse que me ia dar uma mas não percebi bem porque falava em inglês. Fiquei à espera para ver se conseguia saltar a vedação", contava Alfonso, um jovem de onze anos já com a camisola 23 vestida. Enquanto as réplicas das suas camisolas vendiam a todo o vapor (o Real espera vender um milhão de exemplares até ao final da temporada), Beckham aproveitou para almoçar e descansar num hotel em Madrid, usando a tarde para visitar uma zona residencial da cidade (La Moraleja) em busca de casa. Para terminar o dia, os Beckham dirigiram-se ao aérodromo de Torrejón, onde os aguardava um jacto particular para os levar de volta a Manchester, 28 horas depois de terem aterrado em Madrid.A estreia oficial de Beckham com a camisola do Real Madrid será na primeira mão da Supertaça espanhola com o Maiorca no final de Agosto. Poucos dias depois, na segunda mão do mesmo troféu, Beckham deverá cumprir o seu primeiro jogo no Santiago Bernabéu. Para já Beckham vai continuar de férias até 24 de Julho, dividindo o seu tempo entre o descanso e compromissos publicitários.

UEFA Preocupada com o Futuro

Quinta-feira, 03 de Julho de 2003

Em causa estão os desafios que se colocam ao futebol

O director executivo da UEFA, Gerard Aigner, fez ontem uma advertência sobre o futuro do futebol europeu, explicando que a credibilidade deste desporto está em jogo. Numa entrevista ao "site" da UEFA na Internet, Aigner falou sobre os grandes desafios que se colocam ao organismo e à modalidade que rege a nível europeu. "Creio que o principal desafio será manter a integridade do jogo; manter a elite do jogo e as bases unidas. Devemos assegurar que as bases tenham uma contínua e cada vez maior influência, e que os jogadores jovens evoluam para jogarem ao máximo nível no seu país", explicou o responsável da UEFA. "Temos que evitar uma situação na qual o futebol de primeiro nível seja visto pelo público como um circo. Os diferentes organismos têm a responsabilidade de manter a credibilidade do futebol intacta", acrescentou Aigner.

No entender do director executivo da UEFA, "o futebol europeu continua a sofrer o impacto da Lei Bosman", que qualificou como um "desastre": "Os nossos piores medos confirmaram-se e estamos a observar alguns sintomas preocupantes para os clubes, selecções e jogadores." "Este desporto necessita de regras, que façam de filtro para os aspectos financeiros nas bases sobre as quais os futebolistas crescem. Para salvaguardar o futuro necessitamos de bons governos, boas políticas e um apoio das instituições políticas", declarou Aigner. Para conseguir estes objectivos, acrescenta, é necessário o reconhecimento da natureza específica do desporto na União Europeia: "A especificidade do desporto, que o distingue de outras actividades económicas, e a autonomia dos organismos necessita de protecção. Neste momento, as leis da União Europeia não oferecem os trâmites legais apropriados."

É bom viver Aqui